Coleta Seletiva em Itajubá - ACIMAR

Mateus Figueiredo
Em 2007, a Unifei criou a Intecoop, uma Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, que tem como função ajudar a população a se organizar em associações e cooperativas. A primeira associação criada com a Intecoop foi a ACIMAR, a Associação dos Catadores Itajubenses de Material Reciclável, formada por um grupo de pessoas que trabalhavam no lixão de Itajubá, e tiveram que arranjar outra coisa para fazer quando ele foi fechado.
Além da ACIMAR, a Intecoop também ajudou na formação de vários outros grupos, incluindo um de nutricionistas (Nutrasaúde), de agricultores (APRIR), um de eventos (envolvendo garçons e buffets) e o Recicla Alegre, uma cooperativa de catadores de material reciclado de Pouso Alegre.
A ACIMAR também recebe o apoio da Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Itajubá, que cedeu o caminhão utilizado na coleta d
os materiais, e o galpão em que os materiais são separados e prensados. A Intecoop ajudava a ACIMAR com um assistente social pra ajudar na organização; um contador pra fazer a contabilidade da associação; um psicólogo e um grupo de professores e alunos para auxiliar os catadores, realizando reuniões, ajudando na escolha dos equipamentos e na rota de coleta. Foi a Intecoop que realizou as articulações com a prefeitura.
Atualmente a ACIMAR é formada por 25 pessoas, homens e mulheres com em média 30 anos de idade. Eles se dividem em dois grupos: um que saí à rua, e outro que fica no galpão para a triagem dos materiais. Cada pessoa ganha em média de 400 a 500 reais por mês, dependendo dos dias trabalhados por ela. A ACIMAR trabalha de segunda à sexta, passando por uma rota diferente a cada dia. Como o caminhão não pode ir a todos os bairros, ele tem que priorizar os em que há maior quantidade de material reciclado para recolher.
Em 2009 e 2010, a ACIMAR foi beneficiada pelo ProExt, o Programa de Extensão do MEC. Somados, os dois projetos beneficiaram a ACIMAR com 77 mil reais, que for
am convertidos na compra de equipamentos para processamento dos materiais e de segurança. Foram compradas luvas, botas, protetores auriculares, capacetes, balanças e prensas.
Os catadores saem em busca principalmente de garrafas PET, sucata, papel, papelão e garrafas de vidro. Também há uma coleta de óleo de cozinha usado em bares e restaurantes, que é vendido para ser transformado em biodiesel.
Os principais problemas da ACIMAR são a falta de estrutura, eventuais conflitos entre as pessoas e a alta rotatividade dos membros (todos
os meses há gente saindo e entrando). O lixo orgânico misturado com o reciclável também é um problema, porque os catadores acabam levando lixo para o galpão, o que atrapalha o processo e junta insetos.
Segundo a tecnóloga em cooperativismo Heloisa Coutinho, que faz parte da Intecoop, a população devia colaborar mais com os catadores. “Basta separar o lixo e lavar as embalagens recicláveis. Só de você deixar a embalagem na pia, a água que cai já ajuda a lavá-la,” ela diz.
Também há algumas atividades extras para
os membros da ACIMAR. Esporadicamente, há aulas de artesanato, um time de futebol e um grupo de canto coral. O coral já se apresentou no Anfiteatro Albert Sabin, na Faculdade de Medicina, e no Natal no Campus, na UNIFEI. Os membros da ACIMAR também têm dado palestras em escolas sobre a coleta seletiva e reciclagem.

Um comentário:

  1. Mateus, sou professora do colegio aquarela. Estava a procura de informações a respeito de reciclagem e fiquei sabendo da existência desta associação, ACIMAR. Queria que vc soubesse que as informações do seu blog me ajudou muito.
    Uma boa semana.
    Prof. Cristina
    da turma do 3° ano, 2012

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