Este é o livro de novembro da parceria com a Companhia das Letras, mas que por um erro do correio só foi entregue na segunda semana de dezembro. Um mês e duas semanas depois de a editora ter enviado. Atraso a parte estava muito ansiosa por ler a nova série de Lemony Snicket. A escrita cheia de humor ácido, cenários improváveis do autor sempre me conquistou e aqui temos o primeiro livro de uma série autobiográfica que conta sua juventude e sua adesão a uma misteriosa organização. 

Lemony embarca com sua nova tutora, S. Theodora Markson, para a cidade de Manchado-Pelo-Mar. A cidade teve o mar drenado e tudo o que restou foram estradas lotadas de pedras e uma assustadora floresta de algas. A primeira missão de Lemony é na cidade, mas desde que entrou no carro com Theodora que ele sabe que isso foi a coisa errada a se fazer. E bater na porta da velha mansão também foi um erro. A Sra. Sally contratou-os para encontrar a estatueta da Fera Ressonante. Segunda ela a estatueta está em sua família a gerações e desapareceu da estante. Sally culpa os Mallahans e Theodora, a tutora de Lemony nem questiona os furos de sua história. É quando os dois parte para o roubo da estatueta que as coisas saem erradas. Tem alguma coisa errada acontecendo. Lemony consegue escapar de ser capturado pela polícia e ao cair na árvore certa ela conhece Ellington Feint, uma garota que pode ter muito mais a ver com o mistério da Fera Ressonante. Entre telefonemas misteriosos, perguntas erradas e respostas certas Lemony, Ellington, Moxie e até mesmo Theodora precisam descobrir o que está por trás da história da Fera Ressonante. Ela foi mesmo roubada ou sempre pertenceu aos Mallahan? E quem é esse misterioso homem que anda a ameaçar a todos?

A premissa é essa e a narrativa de Lemony Snicket é uma coisa. Ele é um daqueles raros escritores que podem escrever o que quiser dos maiores absurdos as piadas mais óbvias. Personagens caricaturados, diálogos cheios de duplo sentido e um cenário absurdo. Uma pequena cidade que teve ser mar drenado. Porque é a pergunta que qualquer pessoa faria não é mesmo? Mas não temos nada disso. Enquanto o jovem Snicket tenta resolver o mistério da Fera Ressoante ele tromba com mais perguntas sem respostas e um misterioso personagem que deve guiar a história pelos próximos livros da série. A narrativa tem um ritmo fluido, uma escrita rica e que desenvolve tanto a trama quanto os assuntos paralelos de forma rápida, sem muitas voltas, mas ainda assim intrigante. 

Uma das coisas de que mais gostei foi que apesar da tutora de Snicket ser uma anta, que não enxerga um palmo diante do nariz quando se trata de histórias mal contadas, ele não ficou preso a suas decisões como é normal quando tem um adulto em cena. Ele segue suas conclusões e deixa Theodora uma onça, mas consegue resolver o mistério com esperteza e um pouco de astúcia. Dos personagens secundários a mais interessante é Moxie. Filha do ex-dono de jornal da cidade. Ela é uma máquina de perguntas como toda boa jornalista. Espero ver os dois mais juntos nos próximos livros. A história encerra de forma satisfatória. Não vou mentir que esperava um pouco mais. Acabou ficando pontas abertas demais e para os curiosos como eu vai ser difícil esperar por respostas.

Leitura rápida, trama inteligente e instigante em um cenário extremamente criativo. Se for fã do autor ou se quer algo totalmente diferente do que está acostumado sugiro que leia o quanto antes. A edição da Seguinte é ótima. A capa é softouch e as ilustrações deram o toque final à história. Recomendado a todos que gostam de mistério, humor e um juvenil diferente de tudo o que você já leu se ainda não conhece os livros de Snicket. Imperdível. Leiam! Até mais!

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