Acompanhar as aulas acabou sendo mais fácil do que eu esperava. Minha tendência natural a passar a maior parte do tempo no meu quarto, lendo, me deu uma grande vantagem sobre a média dos alunos de Culver Creek. (…)
E também prestava atenção às aulas, mas, naquela manhã de quarta-feira, quando o Sr. Hyde começou a dizer que, para os budistas, todas as coisas estavam interligadas, eu me peguei olhando pela janela. Estava observando o morro arborizado e em suave declive para além do lago. E, vistas dali, da sala do Sr. Hyde, as coisas realmente pareciam interligadas. (…) Então eu ouvi meu nome e sabia que estava encrencado.
“Sr. Halter”, disse o Velho. “Estou aqui forçando os meus pulmões em benefício da sua instrução. E, no entanto, algo lá fora parece ter chamado a sua atenção de uma maneira que eu não fui capaz de fazer. Por favor, me diga: o que descobriu de tão interessante lá fora?” (…)
“Bem, é que eu estava olhando pela janela, sabe, olhando para o morro e estava pensando que bem, as árvores e a floresta, como o senhor estava dizendo antes…”
O Velho, que obviamente não tolerava digressões em voz alta, me interrompeu. “Vou pedir ao senhor que se retire da sala, Sr. Halter, para que possa ir até lá e descobrir a relação entre as bem-árvores e a sabe-floresta. E amanhã, quando estiver pronto para levar essa aula a sério, será bem-vindo.”

[…]

No dia seguinte, o sr. Hyde me pediu para esperar depois da aula. De pé diante dele, eu me dei conta, pela primeira vez, de quanto seus ombros eram encurvados, e ele me pareceu, de repente, triste e meio velho.  “Você gosta dessa aula, não gosta?”, perguntou.
“Sim, senhor.”
“Você tem a vida inteira para meditar sobre o conceito budista da interligação.” Ele falava como se tivesse escrito e memorizado cada frase e, agora, estivesse lendo. “Mas enquanto olhava pela janela, perdeu a oportunidade de explorar o preceito budista igualmente interessante que diz que devemos prestar atenção em todos os aspectos da nossa vida cotidiana, que devemos realmente prestar atenção. Preste atenção na aula. E depois, quando ela acabar, preste atenção lá fora”, ele disse maneando a cabeça na direção do lago e além.
“Sim, senhor.”
(Quem é Você, Alasca? Págs. 39-40, 51)

Singela confusão


"Quem quer acha um jeito, quem não quer acha uma desculpa."

Quem sabe tá bom do jeito que tá.
Quem sabe não tem como melhorar.
Quem sabe seja melhor não arriscar.
Quem sabe eu deva deixar pra lá.

Me convenço a ser inesperado
mas nada sai conforme planejado
Se não mudo a mira não mudo o tiro
Se não decido o alvo, onde eu miro?

Será sempre assim confusa a vida
Ou simples, complicada pela gente?
Às vezes duvido que há uma saída

É incerto que não sei o que sinto:
Se árvore ou apenas semente...
Há um refúgio nesse labirinto.

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