Terça-feira Tediosa

Trovoava. Tiago, 13, tossiu. Tinha tarefa: TRÊS trabalhos. Temas? Trombas-d'água, tupis-guaranis, tétano. Tinha tédio. Titubeou: trabalhar? Tsc, tsc. Telefonar trotes. Trouxe telefone, teclou: três três treze trezentos três. Tocou, tocou, tocou...
Túlio, 30, tomava terebintina, tranquilo. Telefone tocou. Teimoso, tateou. Tocou tafetá, tapete, tábua, tarântula... Tarântula!? Temia tal troço tenebroso. Transtornado, tacou tênis. Tirou. Tarântula torcida, transfixada, trêmula. Tragédia? Talvez.
Tiago tentou trocar. Três trinta três, treze trinta. Tocou, tocou, tocou...
Tamires, "teen", tocava trombone. Tinha talento! Trajava tomara-que-caia tingido, tanga tijolo, tiara turquesa, tamanco. Tentara tuba, teclado, tímpano: terrível. Tocava trombone! Tinha
trofeus, transmitia tonalidades transcedentais.
Tarsila, tia, trazia telefone tocando.
-"Thanks", tia. Tamires Turino, tagalere.
-Tamires? Tem tempo? - Tiago tramava.
-Tenho...
-"Tão tá". Tu tens tomate?
Tomate? Tinha, Tamires tinha tomate.
-Tenho - Tamires tolerava tolos.
-Tens também tangerina?
-Tenho, trapalhão.
- Tens trigo? Torrada? Tapioca?
- Talvez tenha.
- Tens tudo!?
-Tá, tenho.
-Tens também trote.
Tamires tinha temperamento tranquilo. Triunfou tal transgressão. Tirou
tiara, trovejou:
-Telefonema tapado.

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