Era uma mansão muito grande cheia de quartos, todos eles com nome, escrito em uma placa que ficava em cima da porta, e corredores escuros com muitos quadros nas paredes representando cenas da mitologia grega. Estava de pé numa sala não muito maior que a sala de estar da casa da minha vó. Eu estava falando com alguém. Estava muito escuro para eu o reconhecer, mas eu sabia que era o centauro Quiron na forma humana.
-Então, quando você acha que o meu quadro vai ficar pronto?
-Eu não sei, demora muito pra fazer. - Disse ele, com uma moldura nas mãos, que parecia mais papel do que madeira.
-Mas eu sou o filho do filho de Poseidon!
-Eu sei, mas mesmo assim demora muito.
-Droga. Você sabe onde eu posso arranjar água nesse lugar, eu tô com sede.
-Sim, no Quarto Correto.
-Que nome bom pra um quarto, hum?
-Não me culpe, não fui eu que escolhi.
Ando pelos corredores em busca da minha água, olhando as paredes cobertas de pinturas. Um dia em breve a minha pintura estaria ali também. Olhando as cenas de batalha da qual todos ouvimos lendas, e percebo que em todos os quadros há os mesmos três homens altos e magros. Não ligo e continuo caminhando pelos corredores com várias pessoas e amigos imaginários conversando, já quase ficando perdido nesse labirinto. Resolvo pedir ajuda.
-Alguém sabe onde fica o Quarto Correto?
Alguém me entrega um copo de água e vai embora.
-Obrigado.
Viro o copo, mas continuo com sede. Ainda não tinha achado o tal quarto.
-Onde fica esse Quarto Correto!?
Outra pessoa que estava passando me entrega um copo de água e vai embora antes que eu pudesse reconhecê-la. Agradeço-a, mesmo assim, e mato a minha sede finalmente. Eu não queria ter que pedir pelo Quarto Correto sempre que eu quisesse beber um pouco de água, então eu decidi achá-lo por mim mesmo.
Depois de andar muito nos corredores sem achar o quarto, percebo um corredor que não tinha visto ainda. Mais escuro que os outros, e sem nenhum quadro ou porta. Começo a andar por ele quando a minha perna passa na frente de um sensor na parede.
-Droga, eu não tinha visto isso.
O sensor não faz nada, mas eu volto pro começo do corredor pra tentar de novo. Pulo o sensor e continuo caminhando. O corredor faz uma curva pra esquerda. Eu viro e dou de cara com uma porta fechada na minha frente e uma porta aberta que dava num quarto à direita com as luzes apagadas. Fico animado "O Quarto Correto deve ser aqui!". Quando leio a placa no topo da porta da frente, está escrito "Banheiro".
- Droga! Onde fica o Quarto Correto!? Que saco! - Mal termino de falar e a porta do banheiro se abre. Dela sai Finn, com um copo com algumas pedrinhas laranjas no fundo nas mãos, e o entrega-me.
-Você é a terceira pessoa que faz isso! -Falo rindo, e ele ri de volta, e logo vai embora. Decido entrar no quarto escuro. Entro e acendo o interruptor, e vejo uma pessoa deitada na cama, debaixo de cobertores. Me aproximo dela e percebo que ela usa uma mascara branca com um queixo comprido e fino. Ela se levanta subitamente e eu me assusto. Ela fica olhando para mim por trás dos olhos pretos da máscara.
-Porque você está com essa máscara?
-Para que os outros possam viver sem ver a minha feiúra - ela responde chorosa.
-Eu conheço essa voz... Majestade?
-Eu... costumava ser - choraminga ela.
*Criem os seus próprios finais, algum dia eu termino de escrever.
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