Agrônomos apelam ao MEC
Da sucursal de PORTO ALEGRE
Os dirigentes da Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil solicitaram audiência ao ministro da Educação Eduardo Portelia, para dizer the que a chamada Lei do Boi que reserva 80% das vagas dos cursos de Agronomia e Veterinária a filhos de fazendeiros agricultores e técnicos agrícolas é "iníqua discriminatória, imoral e inconstitucional" A informação foi divulgada ontem, em Porto Alegre, pelo agrônomo Luiz Carlos Pinheiro Machado, ao retornar de Brasília, onde participou da reunião mensal do Conselho. Deliberativo da Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil.
O Conselho também concluiu que os efeitos da "Lei do Boi poderão gerar sérias con sequências na qualidade do en sino agronômico e no nível técnico do engenheiro-agrônomo. "Não se pode aceitar- diz o documento divulgado pela Faeab que estudantes que totalizam 680 pontos no atual sistema de vestibular sejam preteridos por beneficiários da lei imoral que alcançam apenas o escore mínimo de 400 pontos. Com isso, introduz-se nos cursos de Agronomia o estudante biônico, situação por todos os motivos indesejável". O professor Luis Carlos Pinheiro Macha do acrescentou que a Lei nº 5.465, criada em 1968, "leva ao rebaixamento da qualidade profissional, pois até um analfabeto consegue 400 pontos no vestibular".
Trinta e oito alunos foram beneficiados pela "Lei do Boi" no último vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e os 38 candidatos, que, mesmo classificados. perderam suas vagas, entraram na Justiça com mandado de segurança e obtiveram liminar que determinou à universidade fazer suas matrículas. A universidade recorreu ao Tribunal Federal de Recursos e o assunto está em julgamento.
AGRÔNOMOS apelam ao MEC. O Estado de São Paulo. São Paulo, 5 fev. 1980, p. 11. Disponível em https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19800205-32176-nac-0011-999-11-not. Acesso em 11 abr. 2022. Exige subscrição.
Retirado do acervo do jornal O Estado de São Paulo antes do paywall.