Estávamos caminhando em direção ao atalho que fica ao lado do lago. Tínhamos passado a rua perpendicular à rua do lago e eu olhei para a esquerda. Atrás do terreno baldio, onde deveria estar a Unifei, havia várias árvores em uma densa floresta. Talvez essas árvores existam, mas não essa floresta. Havia muita fumaça preta, bem longe, parecendo os demônios do Supernatural. Então um corredor de fumaça negra começou a se formar, vindo em minha direção. Eu falei pra Ana Lu olhar, mas ela ignorou, e foi embora. A fumaça não passou do meio-fio, eu estava na rua, e começou a se dissolver.
Na verdade, abaixo da fumaça, havia um riacho, e como estava muito frio a água que evaporava logo se condensava e virava fumaça. Na realidade, a fumaça seria branca, bem clara, mas nem me importei. Foi essa a explicação que meu cérebro achou para as imagens que meu subconsciente havia preparado para mim.
À medida que a fumaça se dissolvia, revelava o riacho, que terminava em uma lagoa, que mais parecia uma poça. Me distraí e, quando olhei novamente, a pequena poça abrigava dois patos e uma truta viva, além de um simpático casal de pombos na margem. Não me pergunte como todos eles cabiam nessa minúscula poça, mas viviam.
Eu me virei de costas para a poça e ouvi um splash e o grasnir dos patos. Por algum motivo, essa combinação de sons me era assustadora. Me virei para a poça, em pânico, e vi a truta pulando para comer uma mosca e caindo de volta para a água. Contemplei o espetáculo por meio segundo, exclamei um “Ah” de entendimento e saí correndo, por algum estranho motivo desesperado, de volta para casa.