Este texto tem o objetivo de registrar os eventos referentes à decisão de implementar a nota mínima no ingresso dos estudantes pela UFV, e como e deu a participação dos estudantes nesta decisão.
Resumo
Entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, a UFV discutiu sobre a implementação de uma nota mínima (também chamada Pontuação Mínima de Acesso - PMA) para ingresso em seus cursos de graduação. A discussão passou pelas Câmaras de Ensino dos quatro centros de ciências (CCA, CCB, CCE e CCH), onde houve decisão por alguns cursos de implementar nota mínima, e de outros não. A decisão seguiu para o Conselho Técnico de Graduação (CTG), que uniu as propostas e encaminhou para o CEPE. A proposta do CTG foi de que cada curso tivesse a nota mínima que foi estabelecida pela sua coordenação, e havia notas mínimas de até 670 pontos no ENEM.
Essa proposta chegou ao CEPE, e no dia 8 de novembro se iniciou a discussão. Os representantes discentes utilizaram seu direito a voz e voto para defender a não implementação da nota mínima, ou ao menos a sua redução. Na sessão de 8 de novembro pela manhã dois membros do DCE puderam fazer uma exposição contrária à implementação da nota mínima. Na sessão da tarde os estudantes entraram no local da reunião, e a reunião foi encerrada imediatamente. Em 13 de novembro o CEPE se reuniu novamente para discutir a questão, e novamente a sessão foi encerrada devido a presença de estudantes.
A impossibilidade de continuar a discussão fez com que a decisão fosse tomada pela reitora, e não pelo CEPE. A reitora decidiu por manter a existência de uma nota mínima de até 500 pontos no ENEM, e o CEPE aprovou ad referendum.
A análise dos posts em redes sociais permite entender como se deram os acontecimentos, e em qual momento a comunidade estudantil começou a tomar ciência e se preocupar com o assunto, e pode ajudar a explicar porque certas decisões e ações foram tomadas. Pela análise dos posts, é possível ver que a página Representantes Discentes divulgou o assunto pela primeira vez em 22 de outubro, mas o DCE só começou a discutir o assunto em 7 de novembro, às vésperas da discussão pelo CEPE. O Conselho Estudantil perdeu a oportunidade de discutir o assunto em 30 de outubro, e a comunidade perdeu a oportunidade de participar de palestras sobre o assunto em 23 e 30 de outubro. A discussão foi feita às pressas, ou mesmo após a decisão do CEPE já ter sido tomada, e isso contribuiu com a derrota do lado contrário à nota mínima.
Metodologia
Analisei posts das páginas no Facebook DCE UFV, Representantes Discentes nos Órgãos Colegiados da UFV, Correnteza UFV. Analisei também posts do grupo do Conselho Estudantil.
A página DCE UFV era utilizada como meio de comunicação da então gestão, DCE Lutar e Mudar as Coisas. A página Representantes Discentes era utilizada como meio de comunicação dos representantes discentes no CEPE. A página Correnteza UFV é a página de um movimento que compunha o DCE Lutar e Mudar as Coisas, e foi incluída apenas para completude desse levantamento.
O Conselho Estudantil é o órgão do movimento estudantil da UFV que está acima do DCE, é presidido pelo DCE, e é formado por Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos, coletivos, movimentos estudantis e demais estudantes, e tem objetivo de organizar as ações do movimento estudantil. Infelizmente, não foram encontradas relatorias das reuniões ocorridas entre outubro de 2018 e janeiro de 2019. Por ser um grupo privado, fotos e nomes foram censurados.
Foram compilados também trechos das atas do CEPE UFV (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), responsável por definir o edital do SISU. A ata da reunião 550 relata as a discussão, as propostas a serem votadas, e relata o impedimento das reuniões por parte de estudantes. A reunião 551 aprova, ad referendum, a decisão de reitoria de acatar a proposta do CTG.
Nota mínima em 2017-2018
A discussão da nota mínima já havia ocorrido na UFV no
final de 2017, para o SISU 2018. O CEPE inicialmente decidiu por
implementar a nota mínima. Houve mobilização dos representantes discentes no CEPE e no CONSU. Órgãos e pessoas da comunidade acadêmica fizeram pressão para que o CONSU revogasse essa medida. O CONSU enviou a decisão de novo para o CEPE, e após
uma nova reunião, em que houve leitura de cartas da comunidade acadêmica, houve votação e foi revogada a decisão de implementar a nota mínima.
Posts de out/2018 a jan/2019
A página dos Representantes Discentes posta o seguinte texto, criado por Mateus Figueiredo. Apesar da postagem, a comunidade estudantil não se mobiliza pelo assunto, inicialmente.
[Nota mínima] [ENEM e SISU]
Ao longo dos meses de outubro e
novembro, os membros do CEPE participarão de reuniões sobre ENEM, SISU e
TRI (Teoria de Resposta ao Item) com especialistas da área.
O objetivo é discutir sobre a implementação ou não de nota mínima (ponto de corte) e pesos nas provas para ingresso na UFV.
Você acha que deve haver nota mínima para ingresso na UFV? A
universidade deve tirar o direito de estudo de alguém que teve nota
baixa, mesmo havendo vaga para ela? Porquê?
Acha que cada curso
deve definir pesos nas provas (por exemplo, cursos de Engenharia colocar
peso 3 em Matemática e 1 em Redação)?
Deixe seus comentários abaixo.
A página Representantes Discentes divulga as palestras sobre nota mínima, organizadas pela administração da UFV e abertas a comunidade estudantil.
[Nota mínima] [ENEM e SISU na UFV]
A entrada na UFV está em
debate! Devemos colocar nota mínima para os ingressantes? Devemos
colocar pesos diferentes nas provas do ENEM? Antes de mais nada,
precisamos aprender mais sobre como funciona esse sistema.
Teremos duas palestras sobre o SISU, ENEM e Teoria de Resposta ao Item, e
a apresentação de dados sobre o ENEM / SISU na UFV, pelo Pró-Reitor de
Ensino.
Dia 23/10 às 14h 30min,
na CEAD, será proferida uma palestra pelo Prof. Gabriel Dias de Carvalho
Junior, Diretor de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Minas Gerais, Campus Ouro Branco.
Dia 30/10 às 14h 30min, na CEAD, Alexandre Jaloto, Pesquisador-Tecnologista em Informações e Avaliações Educacionais do INEP.
O CEAD fica perto do Recanto das Cigarras e do Departamento de Dança, no campus Viçosa.
Compareçam!
Eu, Mateus Figueiredo, participei deste evento. Praticamente nenhum outro estudante participou também. A comunidade estudantil ignorou essa oportunidade de participação na discussão.
A convocatória do CoE cita a pauta da nota mínima. No entanto, a discussão da "luta antifascista" ocupou toda a reunião, e a nota mínima foi ignorada e deixada pra depois.
A página Representantes Discentes publica um texto e compartilha um vídeo sobre o direito dos cotistas preencherem vagas na ampla concorrência, algo que estava em discussão concomitante à nota mínima.
[SISU na UFV]
Cotistas na Ampla Concorrência? Entendendo a questão.
Dia 8, quinta-feira, o CEPE discute o Edital do SISU da UFV. Além da
Nota Mínima, também está em pauta se os cotistas terão direito a
concorrer às vagas da ampla concorrência ou não.
Até 2015, os cotistas tinham esse direito garantido em lei. A partir de
2016, no entanto, cada universidade decidiu se iria continuar dando
esse direito aos cotistas, ou não, e a UFV optou pelo não.
Nesse
vídeo, Mateus Figueiredo explica brevemente a questão, e comenta as
vantagens e desvantagens de cada modelo de preenchimento de vagas
Postagens em DCE UFV até 6 de novembro
O DCE Lutar e Mudar as Coisas divulga uma petição online "Contra a Nota Mínima para o Ingresso na Universidade Federal de Viçosa" no site change.org. O texto da petição é
NOTA: DCE CONTRÁRIO A ADESÃO DA NOTA MÍNIMA NA UFV
Mais uma vez, a universidade está prestes a tomar uma decisão determinante na vida dos estudantes, sem sequer consultá-los.
Nessa
quinta-feira, dia 12, será votado no CEPE (Conselho de Ensino Pesquisa e
Extensão ) pela adesão da nota mínima do ENEM pelo SISU na UFV. Essa
nota mínima, definida pela universidade, barraria o ingresso de
possíveis estudantes que, porventura, não conseguissem alcança-la. É
pela segunda vez que essa votação está em pauta, tendo sido revogada ano
passado por não haver discussão suficiente acerca do tema e pela
pressão dos estudantes contra a nota mínima.
O DCE é totalmente contrário à proposta de adotar a nota mínima!
Existem
várias problemáticas nesse processo. A principal questão é que esta
pauta não condiz com a nossa luta em defesa da universidade pública,
gratuita e de qualidade.
É dever da universidade pública garantir e
lutar pelo direito ao acesso e pela permanência dos estudantes que
ingressam nela, sejam eles vindos de escolas públicas ou particulares,
tendo eles uma base de ensino qualificada, ou não. Essa instituição deve
abarcar as diversas condições deparadas nesse processo, visando sempre à
inclusão e acolhimento de quem chega. Nesse aspecto, a nota mínima se
configura como mais um processo de exclusão social, tendo em vista que,
ao cercear o ingresso de uma parcela de estudantes, a universidade
retira a sua responsabilidade de criar políticas de inclusão.
Nós
estudantes entendemos que, ao determinar uma nota mínima, cria-se uma
barreira além das diversas já impostas na sociedade, cerceando ainda
mais os direitos da população de ter uma educação pública, gratuita e de
qualidade!
NOTA MÍNIMA, NÃO!
5-EDITAL SISU/UFV 2019 (23114.904501/2018-12).
O Plenário analisou, inicialmente, a solicitação do Conselho Estudantil, encaminhada pelo Conselheiro Raphael Rivadávia Mendes Oliveira, de retirada de pauta do referido item para posterior análise, em razão dos impactos do assunto na vida estudantil. Após apreciação, a solicitação foi negada, por doze votos contra dois, sendo mantido o referido assunto na pauta de discussão desta reunião.
Em seguida, o Conselheiro Raphael Rivadávia Mendes Oliveira submeteu à consideração dos conselheiros o direito de fala por parte dos discentes membros do Conselho Estudantil, além da presença no recinto dos discentes que se encontravam próximos do Salão Nobre. Aprovadas, por unanimidade, a sustentação oral de até 15 minutos e a presença, como ouvintes, de dois discentes por Centro. A exposição oral foi feita pelos Coordenadores do DCE Augusto César Vieira Dutra e Lorena Crepaldi Leitão Dias, com a manifestação contrária à adesão da nota mínima para ingresso na UFV. Presentes ainda Wagner Roberto Raimundo, Maria Raquel Morais Fernandes, Paola Vieira Mafra, Júlia Martins, Karen Helen Canazart e Nádia Almeida Machado.
Após a retirada do grupo de discentes, a Presidente abordou, em linhas gerais, o assunto e solicitou ao Conselheiro Frederico José Vieira Passos, Pró-Reitor de Ensino, expor o tema sobre a ocupação de vagas na UFV, com destaque ao SISU e as Vagas Ociosas. Após a apresentação detalhada do documento com dados relativos à ocupação das vagas na UFV, por Centro de Ciências e Campi de Florestal e Rio Paranaíba, nos anos de 2014 a 2018, respondidas as indagações e prestados os esclarecimentos, sinalizou a necessidade de se definir uma Pontuação Mínima de Acesso (PMA) aos Cursos de Graduação da UFV, como consequência de um Nível Satisfatório de Aprendizagem (NSA).
Mesmo diante deste princípio norteador, ponderou-se pelo respeito ao posicionamento das Comissões Coordenadoras e possibilidade de uma proposta diversificada que venha atender aos interesses e anseios dos cursos. Assim, decidiu-se pelo encaminhamento de propostas durante a segunda sessão a se realizar na tarde deste mesmo dia.
(Linhas 98 até 123)
Como não houve discussão sobre nota mínima no CoE em outubro, foi necessário fazer uma discussão corrida no dia 8, no horário do almoço, duas horas antes da segunda sessão do CEPE que iria deliberar sobre o assunto.
5- EDITAL SISU/UFV 2019 (23114.904501/2018-12).
Iniciada a segunda sessão, a Presidente retomou os trabalhos visando à tomada de decisão sobre o assunto em tela, oportunidade em que foi feita uma votação, e por decisão da maioria dos Conselheiros, foi decidido o encaminhamento das seguintes propostas:
I. Não adoção do Ponto Mínimo de Acesso (PMA).
II- Adoção do Ponto Mínimo de Acesso (PMA).
Durante a fase de proposições, sob a liderança os coordenadores do DCE, o Salão Nobre foi ocupado, extemporaneamente, por um grupo de estudantes que, munidos de cartazes e com palavras de ordem, ocuparam boa parte das cadeiras do auditório, pleiteando o direito de assistirem a reunião. A Presidente justificou o não atendimento à solicitação feita, em razão das normas regimentais da UFV, esclarecendo ainda que, na primeira sessão, o direito de fala fora garantido à representação discente. Posto em votação o pleito de permanência dos estudantes nesta reunião, o Plenário encaminhou contrariamente por onze votos a quatro. Em atendimento à decisão proferida pelo Plenário, a Presidente solicitou a retirada dos discentes do Salão Nobre, o que não aconteceu. Confirmada a resistência discente em deixar o local da reunião, às dezessete horas e vinte minutos, o Plenário decidiu pela suspensão desta sessão.
(Linhas 136 até 151)
O DCE Lutar e Mudar as Coisas posta um texto, iniciado com "
Nesta quinta feira, dia 8/11 às 08:30...", e um vídeo de 2min44s.
Nesta quinta feira, dia 8/11 às 08:30, o Conselho de
Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE) realizou uma reunião para discutir
sobre a imposição de uma nota mínima para o ingresso na instituição,
sendo a maioria dos valores encontrados entre 600 e 670. Em uma decisão
do Conselho Estudantil, foi decidido se posicionar contra essa política,
visto que mediante a adoção desta nota mínima, a universidade deixaria
de cumprir ainda mais sua função vital que é fornecer o ensino público
(a tudo e a todos que se interessarem; algo já não posto em prática a
partir dos processos seletivos), expandindo cada vez mais o grau das
políticas de exclusão. Entendemos que a nota mínima representaria uma
política de cerceamento do ensino, e por este fato, os estudantes se
mobilizaram e estiveram presente às 8h30 fazendo falas, questionando a
legitimidade deste processo de votação, devido ao fato da comunidade
estudantil não estar nem um pouco ciente de tal posicionamento, além de
outros pontos que colocavam em evidência a contradição de uma
Universidade Pública adotar essa política de nota mínima. Nessa primeira
seção, conseguimos que a votação ocorresse às 16h do mesmo dia, e
neste momento com um número maior de estudantes mobilizados, houve a
ocupação do Salão Nobre do Bernardão. Essa ocorreu, já que o Conselho
não se articulou suficientemente para atingir a comunidade estudantil
como um todo em suas propostas de tal pauta, e portanto, nós fomos até
eles dar nossas posições. A ocupação e a mobilização dos estudantes fez
com que o conselho decidisse adiar a votação, pois se negaram a votar
perante aos estudantes — sendo esse um grande ponto a ser enfatizado!
Mais uma vez, os estudantes conseguiram realizar seu objetivo quando se
unificaram. Porém, a votação ainda vai ocorrer. Por isso, fazemos o
convite a todos os estudantes para somarem na luta conosco, pois se o
presente é de luta o futuro nos pertence!
Movimento estudantil é pra lutar!
DCE presente!
A página Representantes Discentes faz um post divulgando informações pertinentes sobre a nota mínima.
Nota do último ingressante em modalidade de cotas (Grupos 1 a 8 ) no SISU 2018
Essas são as menores notas dos ingressantes de todos os cursos da UFV
no SISU 2018, de acordo com dados da PRE. Nem todos os cursos pretendem
implementar nota mínima. A relação completa de cursos que querem
instituir essa política será divulgada assim que tivermos essa
informação.
Entre 300 e 400
QUIMICA - RP 317,58
LICENCIATURA EM QUIMICA 377,40
EDUCACAO FISICA - FL 394,74
MATEMATICA - FL 396,52
AGRONOMIA - FL 398,50
Entre 400 e 450
GESTAO AMBIENTAL - FL 421,68
ADMINISTRACAO - DIURNO - RP 429,88
ADMINISTRACAO 431,00
CIENCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS - RP 441,68
SISTEMAS DE INFORMACAO - NOTURNO - RP 442,22
ADMINISTRACAO - NOTURNO - RP 442,40
Entre 450 e 500
PEDAGOGIA 446,02
EDUCACAO INFANTIL 449,36
ENGENHARIA AMBIENTAL 457,26
ADMINISTRACAO - FL 458,94
ENGENHARIA DE ALIMENTOS - FL 460,54
CIENCIAS BIOLOGICAS - RP 463,24
COMUNICACAO SOCIAL 465,32
LICENCIATURA EM MATEMATICA 474,92
NUTRICAO - RP 484,76
SISTEMAS DE INFORMACAO - DIURNO - RP 487,94
AGRONOMIA - RP 489,18
ENGENHARIA MECANICA 491,08
SERVIÇO SOCIAL 493,02
Entre 500 e 550
QUIMICA 505,36
GEOGRAFIA 507,70
CIENCIAS BIOLOGICAS - FL 507,80
CIENCIAS CONTABEIS - RP 511,34
ENGENHARIA DE PRODUCAO - RP 511,76
CIENCIAS SOCIAIS 515,72
ENGENHARIA FLORESTAL 517,16
FISICA - FL 521,40
ENGENHARIA CIVIL - RP 529,10
BIOQUIMICA 530,42
CIENCIA DA COMPUTACAO - FL 534,02
ENG. DE AGRIMENSURA E CARTOGRAFICA 535,12
ENGENHARIA DE PRODUCAO 535,16
MATEMATICA 537,36
QUIMICA - FL 537,88
COOPERATIVISMO 539,82
LICENCIATURA EM FISICA 547,82
AGRONOMIA 554,74
Entre 550 e 600
ENGENHARIA QUIMICA 555,22
CIENCIA E TECNOLOGIA DE LATICINIOS 556,84
HISTORIA 557,38
LETRAS 558,82
NUTRICAO 559,08
DIREITO 561,64
AGRONEGOCIO 565,18
ZOOTECNIA 565,44
FISICA 566,74
ENGENHARIA AGRICOLA E AMBIENTAL 569,74
CIENCIAS ECONOMICAS 569,88
ARQUITETURA E URBANISMO 573,00
EDUCACAO FISICA - LICENCIATURA 575,26
ENGENHARIA CIVIL 578,14
EDUCACAO FISICA - BACHARELADO 581,92
DANCA 590,12
ENGENHARIA DE ALIMENTOS 595,70
CIENCIA DA COMPUTACAO 595,84
SECRETARIADO EXECUTIVO TRILINGUE 598,38
Acima de 600
ENFERMAGEM 602,78
CIENCIAS BIOLOGICAS 605,80
MEDICINA VETERINARIA 608,02
CIENCIAS CONTABEIS 608,14
LICENCIATURA EM CIENCIAS BIOLOGICAS 615,02
ENGENHARIA ELETRICA 625,34
MEDICINA 627,70
A página Representantes Discentes divulga a proposta do CTG encaminhada ao CEPE.
[Nota mínima SISU UFV 2019]
A seguir estão as propostas de
nota mínima por curso e por campus apresentadas ao CTG e encaminhadas ao
CEPE para deliberação final. Alguns cursos solicitaram, além da nota
mínima, a implementação de pesos para as provas do ENEM.
*Florestal
Administração – 500
Agronomia – 550
Ciências Biológicas – 500
Física (Licenciatura) – 400
Gestão Ambiental – 500
Matemática (Licenciatura) – 400
Matemática (Licenciatura) – 400
Química (Licenciatura) – 500
Ciência da Computação – Não terá nota mínima
*Rio Paranaíba
Administração Integral e Noturno - 450
Agronomia - 450
Ciência e Tecnologia de Alimentos – 450
Ciências Contábeis – 450
Engenharia Civil – 500
Nutrição – 450
Química – 450
Sistemas de Informação Integral e Noturno – 450
Ciências Biológicas – Não terá nota mínima
Engenharia de Produção – Não terá nota mínima
*Viçosa
Nota mínima proposta
Agronegócio – 580
Agronomia – 600
Arquitetura e Urbanismo – 600
Ciência da Computação – 600
Cooperativismo – 500
Engenharia Agrícola e Ambiental – 600
Engenharia Ambiental – 600
Engenharia Civil – 670
Engenharia de Agrimensura e Cartográfica – 550
Engenharia Elétrica – 600
Engenharia Florestal – 600
Engenharia Mecânica – 500
Engenharia Química – 600
Matemática (Integral) - 450
Química (Integral) - 550
Química (Licenciatura) – 550
Secretariado Executivo Trilíngue – 450
Zootecnia - 600
Cursos que NÃO propuseram nota mínima
Administração
Bioquímica
Ciências Biológicas Integral
Ciências Biológicas Noturno
Ciência e Tecnologia de Laticínios
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Ciências Sociais
Comunicação Social
Dança
Direito
Educação Física (Bacharelado)
Educação Física (Licenciatura)
Educação do Campo
Educação Infantil
Enfermagem
Engenharia de Alimentos
Engenharia de Produção
Física Integral
Física Noturno
Geografia
História
Letras
Matemática (Noturno)
Medicina
Medicina Veterinária
Nutrição
Pedagogia
Serviço Social
Um post no grupo do Conselho Estudantil faz menção a uma carta contra a implementação da nota mínima.
5- EDITAL SISU/UFV 2019 (23114.904501/2018-12).
Reiniciados os trabalhos, a Presidente concedeu a palavra ao Conselheiro Raphael Rivadávia Mendes Oliveira, que ao iniciar o encaminhamento de uma solicitação para um novo direito de fala da representação discente, foi interrompido e os conselheiros surpreendidos com uma nova e intempestiva ocupação, culminando com a suspensão imediata desta sessão.
Às oito horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos da terceira sessão foram suspensos.
(Linhas 165 a 171)
Não há registro de que a carta contra a implementação da nota mínima assinada pelos estudantes tenha sido lida para o CEPE.
A página Representantes Discentes publica um relato sobre as discussões no CEPE.
[Relato - Nota Mínima]
Quinta-feira, dia 08 de novembro, às 08h30, no Salão Nobre do
Bernardão, aconteceu a 550ª reunião do CEPE. Estavam presentes os
representantes discentes Raphael Rivadávia (Riva) representando a
graduação e Michel Filiphy representando a pós-graduação.
O
assunto principal desta reunião foi o Edital do SISU 2019. As discussões
estavam focadas na proposta de implementação da política de Nota
Mínima para ingresso. O debate sobre o tema teve início formal com a
realização de duas palestras sobre o ENEM e o TRI, em um evento para o
qual os professores foram formalmente convidados, mas os estudantes não.
Em seguida, o tema foi discutido nas Comissões Coordenadoras de cada
curso e as propostas seguiram para as Câmaras de Ensino. As propostas
das Câmaras foram encaminhadas ao CTG, que por fim encaminhou ao CEPE (https://bit.ly/2TbqWgX). O prazo máximo para enviar a decisão tomada pelo CEPE ao Ministério da Educação é sexta-feira dia 16 de novembro.
Durante a discussão, os conselheiros expuseram seus posicionamentos e
opiniões. Houve uma apresentação por parte da administração com dados da
PRE sobre o ingresso na UFV, desde a época do vestibular até o ENEM,
com números e gráficos
Os argumentos favoráveis à implementação
da nota mínima concentraram-se nas altas taxas de evasão de alguns
cursos, altas taxas de reprovação em algumas disciplinas (cálculos e
físicas, disparadamente) e no baixo desempenho acadêmico de estudantes.
Segundo os defensores, implementar a nota mínima causaria um impacto
positivo nestes problemas. Além disso, argumentaram que a implementação
de uma nota mínima não é dizer “não” ao candidato, mas sim sinalizar que
ele ainda não está pronto para a Universidade e que deve se preparar
melhor.
Os argumentos desfavoráveis à implementação da nota
mínima, por sua vez, refutavam os argumentos favoráveis. A evasão está
muito mais ligada à outras questões, algumas internas da Universidade,
como grades curriculares dos cursos pouco chamativas, modelos didáticos
arcaicos, distância de alguns cursos com o mercado de trabalho, dentre
outras. Outras questões estão ligadas à escolha do próprio indivíduo
como, por exemplo, mudança de perspectiva após entrada em algum curso
específico, mudança de curso ou mudança de instituição. As altas taxas
de reprovação também não são consequência da nota do estudantes no ENEM,
visto que tanto os estudantes de alto desempenho no ENEM quanto os de
baixo são reprovados em disciplinas de cálculo, física e química. O
problema da reprovação e até mesmo da evasão está muito mais ligado à
postura e à didática de alguns professores e também ao método de ensino.
Além disso, o desempenho acadêmico dos estudantes vai muito além da
nota do ENEM e das outras variáveis já citadas, ele pode estar ligado à
saúde mental dos estudantes, à sua situação econômica, problemas
pessoais, entre vários outros fatores.
A extensa reunião só teve
fim às 13h. No horário do almoço, Riva repassou ao Conselho Estudantil
(CoE), que estava em reunião, o que havia sido discutido. Ao
representante foi dada a incumbência de levar a determinação do CoE que
foi de propor ao Conselho a não implementação da nota mínima.
A
segunda sessão teve início às 16h, com presença de muitos estudantes no
corredor do Bernardão. Feitos os últimos esclarecimentos, Riva fez a
proposta do CoE de não aprovação da nota mínima. A proposta foi votada e
perdeu. Os representantes discentes e mais três conselheiros votaram
contra a nota mínima, os demais votaram a favor. Em seguida, o Salão
Nobre foi ocupado pelos estudantes. O Conselho permitiu que eles
fizessem falas. Terminadas as falas, a Reitora pediu, respeitosamente,
que os estudantes se retirassem do Salão para dar prosseguimento à
reunião. Os estudantes então solicitaram ao Conselho que pudessem
assistir à votação. O Conselho votou, porém, apenas os dois
representantes discentes presentes foram favoráveis à permanência dos
estudantes. A Reitoria, mais uma vez, pediu aos estudantes que se
retirassem, porém, estes se recusaram. Dado isso, a Reitoria declarou
suspensa a sessão e as próximas votações foram adiadas.
A
terceira seção da reunião ocorreu hoje, dia 13 de novembro, pela manhã.
Estavam presentes os representantes Riva (graduação), Michel Filiphy e
Júlia Fitaroni (pós-graduação). Assim que a reunião teve início, houve
nova ocupação e a Reitora declarou suspensa a reunião. Em seguida, os
representantes se reuniram com os estudantes para fazer repasses.
Após os repasses com os estudantes, os representantes se reuniram com a
Reitora, o Vice Reitor, o Pró-Reitor de Ensino e o Pró-Reitor de
Extensão e Cultura. Foi informado que, como não haveria tempo hábil para
marcar uma nova reunião do CEPE para terminar a votação; visto que
quinta-feira é feriado e sexta-feira é recesso (sexta-feira é o prazo
máximo para enviar a decisão ao MEC), a Reitoria daria ad-referendum à
uma das proposta encaminhadas pelo CEPE, uma de aprovação do texto
proposto pelo CTG e outra de determinar um limite de 500 pontos para
todos os cursos que estivessem acima desse valor, porém, a proposta
encaminhado pelo CTG tem mais respaldo por já ter sido aprovada em uma
instância inferior ao CEPE.
Logo após esta reunião, os
representantes se reuniram novamente com os estudantes, desta vez na
sala do DCE, no porão do centro de vivência. Feitos os repasses, os
estudantes discutiram e deliberaram.
A decisão sobre qual
proposta será encaminhada ao MEC ainda não foi tomada. Faremos repasse
aqui na página assim que tivermos a informação.
O DCE Lutar e Mudar as Coisas posta um texto, acompanhado de fotos de cartazes pregados pela UFV Viçosa.
NOTA MÍNIMA: UMA POLÍTICA DE EXCLUSÃO
Mais uma vez, a Universidade está prestes a tomar uma decisão que vai
impactar grandemente a vida dos estudantes, sem sequer consultá-los.
Existe uma proposta de que os cursos decidam se querem ou não aderir à
nota mínima e que cada curso decida a sua própria nota. Esta proposta já
foi entregue ao Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE), que na
semana passada fez as discussões e nesta semana entrará em processo de
votação. Entendemos que a implementação da nota mínima é um retrocesso e
funcionará como uma barreira, limitando principalmente o acesso dos
candidatos cotistas, ou seja, oriundos da rede pública de ensino, de
situação econômica vulnerável, pretos, pardos ou indígenas, e
deficientes. Em 2017 também foi proposta a implementação da nota mínima,
no entanto, ela não foi aprovada porque o Conselho entendeu que não
houve discussão suficiente sobre o tema e também pela pressão dos
estudantes para não aprovação.
Essa proposta vai contra os valores e
o comprometimento social da Instituição descritos no Programa de
Desenvolvimento Institucional (PDI) 2018/2023, visto que ela é
excludente, dificulta o acesso à educação superior e não é coerente com a
realidade da educação da rede pública do país. De acordo com o PDI, é
de responsabilidade da Universidade lidar com os diferentes perfis de
estudantes ingressantes, se preocupar com os valores de igualdade,
cidadania e respeito às diversidades, e facilitar o acesso à educação.
Nesse sentido, entendemos que a implementação de uma política que
objetiva, em sua essência, criar mais uma barreira para o ingresso, não
condiz com o compromisso que a Universidade tem em sua missão e em sua
historia, caracterizando essa tomada de decisão como uma enorme
contradição. Ademais, o CEPE deveria estar votando propostas de expansão
em matéria de ensino, como está previsto no Estatuto da Universidade
Federal de Viçosa , e não votando por um retrocesso neste quesito. O PDI
preza por atingir diferentes realidades, e, no entanto, essa medida
representa a exclusão dessas diferentes realidades, tornando a
Universidade um ambiente elitista, com menos inclusão, contribuindo
ainda mais para a assustadora desigualdade social que assola o nosso
país.
É obrigatório, conforme o PDI, transparência em todos os
processos da Universidade e isso não ocorreu, pois, os espaços
utilizados para debater sobre o tema não foram amplamente divulgados à
comunidade universitária, mas sim a um pequeno grupo de professores e
conselheiros dos demais órgãos colegiados desta Universidade. Os
seminários estavam intitulados com a temática “ENEM” e “SISU”, que podem
ter, em suas entrelinhas, relação com a discussão principal que diz
respeito a adesão da nota mínima para o ingresso na Instituição, mas
mascara, consideravelmente, essa intenção, já que não apresenta de forma
clara qual é o ponto central da discussão. Vale ressaltar que em nenhum
momento os estudantes foram formalmente convidados para participar
destes seminários, muito menos da construção dessas propostas.
Nós
do Movimento Estudantil prezamos por uma Universidade pública, gratuita e
de qualidade, sem políticas higienistas e excludentes, e que seja
coerente com o seu papel social de agente transformador das realidades.
Entendemos que o papel desta Instituição é implementar políticas de
inclusão, democratizando o acesso ao ensino superior. Portanto, o
Movimento Estudantil se posiciona totalmente contrário à adesão da nota
mínima. A nossa defesa é a de que em nenhum curso seja implementada esta
medida, visto que a mesma se opõe aos valores, missão, finalidade e
objetivos da Instituição. Para mostrar nossa insatisfação com a
instituição foi colocado vários cartazes nos quais estão explícitos
além da vontade dos estudantes de não adotar uma nota mínima, também
consta com informações sobre as consequências que está medida irá
trazer para a instituição.
Foi marcado um evento no Facebook para uma roda de conversa. O evento se chamava "Nota Mínima: Mitos e Verdades" e tinha a seguinte descrição:
Faaala galera!!! Nessa quarta-feira (21 de novembro) o DCE convida vocês para uma roda de conversa sobre a nota mínima. Nesse espaço ocorrerá uma discussão sobre o que é a nota mínima, o que ela representa e quais as consequências dela para a nossa universidade; será apresentado também mitos e verdades ditas sobre o assunto. Venha participar e traga suas dúvidas! O espaço acontecerá no multiuso (MU) ás 12h15.
5- EDITAL SISU/UFV 2019 (23114.904501/2018-12).
Em razão dos motivos já conhecidos pelos conselheiros, a decisão ad referendum dada pela Presidência virá brevemente a este Plenário para homologação.
4.1.1- Pontuação Mínima no ENEM para Acesso aos Cursos de Graduação da UFV (23114.902422/2017-96)
– Considerando o regime de urgência, disposto no Artigo 14 do Regimento Geral da UFV, e a impossibilidade de dar continuidade aos trabalhos previstos na pauta da 550 Reunião do CEPE, em razão da invasão do Salão Nobre por um grupo de discentes, liderada pelos Coordenadores do DCE, durante a segunda e terceira sessões, datadas de 08 e 13/11/2018, e em razão das discussões e propostas apresentadas na primeira sessão da referida reunião realizada em 08/11/2018, das 9:00 às 12:45 horas, o Plenário homologou, por unanimidade, o ato ad referendum da professora Nilda de Fátima Ferreira Soares, Reitora, sendo aprovada a tabela relativa aos critérios para a convocação dos candidatos, apresentada pelo CTG, definindo em 500 pontos o valor máximo de pontuação mínima para acesso aos cursos de graduação da UFV, mantendo-se a proposta quando essa pontuação for inferior a 500 e os pesos, conforme Tabela anexa ao processo 23114.902422/2017-96.
Aprovado, ainda, O Artigo 4.11 do Edital UFV/SISU, no.29/2018/PRE, adotando a sistemática de convocação dos candidatos definida no inciso II do Art. 26 da Portaria Normativa MEC no. 21/2012, alterada pela Portaria MEC 1117/2018, de 01/11/2018.
A página Representantes Discentes divulga o Edital do SISU da UFV com a decisão final de implementar a nota mínima.
[EDITAL SiSU 2019]
A UFV divulgou o edital de seleção do SiSU 2019.
Nas páginas 11 e 12 é possível verificar as notas de corte e pesos para os cursos que optaram pelos mesmos.
Segue o link para download do edital em PDF:
http://www.pse.ufv.br/…/up…/2019/01/EDITAL_UFV_SISU_2019.pdf
O edital está disponível na página de processos seletivos da UFV, onde
constam informações sobre outros editais, como o edital do processo
seletivo da licenciatura no campo, vagas ociosas, editais antigos, etc.
Segue o link para divulgação dessa página:
http://www.pse.ufv.br/novo/